domingo, março 16, 2008

da provável série CURTOS CONTOS










Dia claro, 120 km/h, última curva da eletrizante e solitária viagem.
Sem tempo de frear, chocou-se contra a muralha de recordações.
Convertida numa fluida mistura de carne, sangue e lágrimas, escorreu pelo asfalto ainda em espasmos.
No ar, um suave e inebriante odor. Pairando sobre os destroços, um fantasma assinava sem remorsos, com suor e sêmen, a autoria do acidente.
24/02/2008


















Como fossem migratórias todas as aves, passam os dias num interminável bater de asas.
Com braços e pernas demasiadamente humanos, ainda que o coração mais esteja para o de uma Fênix, abrigo-me do frio como posso e aguardo que o ciclo se complete.