terça-feira, julho 17, 2007

Memórias





Interrompeu a frase, abruptamente.
Sua face foi se incendiando. As bochechas tornaram-se maçãs carameladas. Um sorriso deliciosamente bobo e frouxo ocupou seus lábios. Deu um, dois, três passos atrás, até ser contido pela parede. Escorou-se, mãos espalmadas, desejando fundir-se a ela e desaparecer. O olhar vívido, entre fixo e fugindo, apontava na direção de uma garotinha saltitante, que acabara de sair da escola.
Aos cinco anos de idade, quase seis, Maria Angélica caminhava e sorria, como quem lança feitiços e sabe disso.
Ele? Já não tinha mais escolha.